quinta-feira, 24 de outubro de 2013


    Apresento a vocês mais um de meus trabalhos de entalhe em madeira (escultura de parede) dentro da minha principal temática, o humano-animal.
    Quando imaginamos a imagem de uma fada, visualizamos um ser que simboliza harmonia, tranquilidade, equilíbrio, ternura e sintonia. Não poderíamos esperar nada diferente disso tratando-se de uma figura que representa a fusão de uma imagem humana feminina com caracteres de borboletas. Este inseto é um dos poucos existentes que trazem estes sentimentos harmoniosos aos humanos, talvez pela beleza e imponência de suas asas.


     Entretanto, o que dizer da imagem de uma fada com feições ríspidas, semblante desarmonioso, unhas de dragão e postura ofensiva? Algo paradoxal! Não é essa a imagem naturalmente associada à figura, que carrega consigo características divergentes destes aspectos.


    A verdadeira sugestão exposta neste trabalho de escultura de parede (escultura em madeira) diz respeito à errônea visão que somos condicionados a criar a respeito de certas figuras animais. Somos condicionados a enxergar a figura feminina com fragilidade. Da mesma forma nos ensinam a entrelaçar a figura da borboleta preferivelmente à ternura e harmonia. Essas formas de concepção dificultam a nossa percepção da verdadeira natureza que existe na mulher e em inúmeros outros animais.

    A mulher não é um ser frágil (talvez seja mais forte que o homem em quase tudo). A borboleta, da mesma forma, também não é um ser frágil. A fusão dessas duas imagens na figura da fada sugeriria, erroneamente, que teríamos algo exponencialmente fraco. Colocar tudo isso em diálogo direto e aberto com um lobo de proporções colossais (um caçador hábil, feroz e selvagem) fornece poderosos indícios da existência de grandeza incalculável nessa fusão mulher-borboleta, força conhecida apenas por aqueles que conseguem enxergar a verdadeira e complexa natureza do ser humano e do mundo animal.


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